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 Conto de natal

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kurama
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MensagemAssunto: Conto de natal   Conto de natal I_icon_minitimeSáb maio 30, 2009 8:20 pm

Esse é um conto que eu escrevi no último natal, ele é, como vai da pra perceber logo no começo, baseado em histórias de Lovecraft.

Sabe, eu não gosto do Natal, todo natal eu me tranco dentro de casa com uma espingarda carregada e fico esperando que algo aconteça. Até hoje nunca aconteceu nada, mas eu continuo esperando e não posso evitar um arrepio gelado na espinha e um estranho comichão no cotoco do meu braço esquerdo. Mas esse é o final da história, deixe eu te contar como ela começou.

Quando eu era jovem eu era idiota. Tinha acabado a faculdade e com vinte e três anos nas costas decidi que estava a fim de viajar um pouco antes de arranjar um emprego de verdade e todas essas preocupações. Comecei visitando umas cidades no sul e daí fui subindo, em cada lugar eu arranjava uns bicos para pagar a próxima viagem. Em coisa de quatro meses eu tinha chegado a uma pequena vila pesqueira perto de Salvador chamada de Santa Ágata. Sempre gostei dessas cidadezinhas pequenas, as pessoas são mais amigáveis e é mais fácil arranjar um trabalinho, nas cidades grandes às pessoas parecem quase animais selvagens com medo de qualquer um. Foi nessa cidade que depois de ter ajudado uma velinha de oitenta e sete anos a pintar a casa tinha um bom dinheiro para poder continuar minha viagem. Faltava menos de uma semana para o natal e estava decidido a ir visitar minha família, tudo que eu precisava era chegar em alguma cidade com aeroporto. Eu estava na rodoviária fazendo um malabarismo mental com cifras sobre como chegar em Salvador e ainda ter dinheiro pra passagem de avião. Perdido em meus pensamentos mal ouvi percebi quando o atendente da rodoviária disse:

-Olha, se quiser economizar um pouco você pode pegar o ônibus nº 147. Não é tão confortável quanto os outros, mas é bem mais barato. Só faça um favor, não importa o que aconteça não desça em Wintermute. Não importa o que aconteça garoto, não desça lá, vai ser melhor para você.

Comprei a passagem do tal ônibus que partiria ainda hoje às oito da noite. Estava morrendo de curiosidade para saber afinal por que não deveria descer nessa tal cidade. Fui à biblioteca da cidade onde fiquei sabendo de algumas coisas interessantes sobre essa tal cidade. Foi fundada em 1834 e depois disso nada de interessante, apenas uma vila de pescadores como muitas outras, mas em 1945 com o final da segunda guerra mundial um grupo de garotos regressou do front e trouxeram consigo uma nova religião. Não havia muita coisa sobre essa nova religião nos livros ou jornais. Em 1964 enquanto o regime militar assumia uma estranha praga assolou a cidade matando boa parte dos habitantes, foi nessa época que a nova religião ganhou uma tremenda força, praticamente todos na cidade acabaram convertidos e ela acabou se tornando um estado a parte. Desde então ninguém tem muitas noticias de lá, sabem que a cidade atualmente vive da pesca e da exportação de ouro. Muito interessante. Isso despertou minha curiosidade na hora e me fez ficar decidido a dar uma volta pela cidade. Como eu era idiota...

As oito da noite eu estava com minha única mala esperando o ônibus quando uma lata velha que parecia saída do século passado, tremendo e fedendo ela estacionou no lugar e o motorista, um velho gordo, careca e suarento abriu a porta com um rangido estridente. Ele é claro esperava que ninguém entrasse e ficou surpreso quando me viu subindo os degraus. Seu sorriso me fez ter vontade de vomitar, seus dentes eram amarelados com grandes caries e algo mais, algo indefinido que fez minha espinha gelar na hora. Sentei no último banco do ônibus e mergulhei num sono embalado pelo fedor misturado de peixe e óleo velho que empesteava todo o ônibus. Acordei com o som estridente da buzina, olhei no relógio e eram nem dez horas ainda. O motorista resmungou algumas coisas para mim e pelo que eu entendi o ônibus estava quebrado e a viagem só prosseguiria na manhã seguinte. Essa afinal não era uma noticia de todo ruim para mim que desejava conhecer a cidade, mas depois de ter visto o motorista do ônibus minha curiosidade já não era mais a mesma.

Caminhei devagar pelas ruas da cidade tentando absorver tudo ao meu redor, muitas casas pareciam ter sido construídas no começo do século passado e apenas uma ou outra construção moderna. O mofo era absoluto, toda a cidade parecia coberta de musgos e tudo molhado como se tivesse acabado de chover. Entrei em um mercado procurando alguma coisa para comer, mas tudo lá parecia de alguma forma coberta de bolor. Enojado com a comida fui logo até o hotel onde um sujeitinho magro e de tão velho parecia que já começava a apodrecer, seu rosto tinha duas feridas profundas e pude ver outra em sua mão, mas com certeza haveriam muito mais cobertas pelo seu terno. Ele me olhou longamente e então me entregou uma chave sem pedir por dinheiro ou nada do tipo.

Subi as escadas que rangia até o segundo andar, o corredor era apertado e sujo. Entrei no meu quarto e logo notei que a fechadura não funcionava. Isso não me surpreendeu tanto assim. Algo dentro de mim parecia berrar que tinha alguma coisa muito errada.
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MensagemAssunto: Re: Conto de natal   Conto de natal I_icon_minitimeSeg Jun 01, 2009 9:43 am

Saudações

Shocked
Muito bom XD, adoro contos lovecraftianos, estou esperando a continuação. Very Happy

Por acaso o nome da cidade foi inspirada na inteligência artificial homônima?
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MensagemAssunto: Re: Conto de natal   Conto de natal I_icon_minitimeTer Jun 02, 2009 7:51 pm

nosssa, muito bom, aguardando a continuação xD
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MensagemAssunto: Re: Conto de natal   Conto de natal I_icon_minitimeTer Jun 02, 2009 10:59 pm

Muito bom mesmo....

=D



Aguardando continuação também... cheers
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MensagemAssunto: Re: Conto de natal   Conto de natal I_icon_minitimeQui Jun 04, 2009 3:27 pm

Citação :
o nome Wintermute realmente veio da I.A., e olha que demoraram bastante para perceber XD Esse livro eu ganhei de presente de natal, achei que precisava colocar pelo menos alguma citação dele em alguma parte dessa história afinal

Tirei do meu bolso uma faca borboleta ,que sempre me acompanhava, usei a ponta da lamina para desparafusar a tranca simples de metal do armário e a parafusei na porta do quarto. Deitei na cama imunda e peguei na minha mochila tudo que poderia me ser útil: uma lanterna, minha carteira e minha faca borboleta. Espalhei tudo pelos meus bolsos e a faca enfiei dentro da meia. Vasculhei o quarto, mas só encontrei uma bíblia velha e mofada jogada dentro do armário. Estava quase dormindo quando passos de botas me deixaram alerta. Dois grupos separados vindo um de cada lado, a maçaneta virou e a tranca de metal impediu a porta de se abrir. Adrenalina correndo pelo meu sangue. Abri a janela num supetão e sem muito pensar sai, me agarrei na borda da janela e firmei o pé numa reentrância na madeira, deixeis meu corpo escorregar um pouco enquanto segurava com a mão esquerda na mesma reentrância onde tinha fincado meu pé, fiquei suspenso por apenas uma mão por alguns instantes, meu pé logo se firmou em cima da janela do primeiro andar e então deixei meu corpo cair num baque surdo. Minhas pernas doeram, mas a adrenalina corria. Do lado de fora a noite era um breu absoluto, acima a porta era arrombada a golpes de marreta. Corri pelas ruas secundaria evitando a todo custo a avenida principal. Foi quando ao dobrar uma esquina me deparei com uma verdadeira barragem de gente fechando a entrada da cidade, todos com tochas ou lanternas de olhos abertos a minha procura. Comecei a pensar e calcular como sairia dessa cidade maluca, nem reparei quando alguém se aproximou por trás e só senti um golpe duro na nuca, então veio à escuridão da inconsciência.

Acordei um tempo depois dentro de uma jaula. Uma jaula que nem de um zoológico, mas estava numa sala totalmente escura exceto por uma pequena vela que brilhava sobre uma mesa fora do meu alcance. Um prato imundo com uma pasta nojenta que parecia ter sido vomitada por alguém era o meu almoço. Resisti o quanto pude, mas então vencido pela fome engoli aquela nojeira sem olhar. Os dias passaram sem eu perceber, comia apenas quando meu corpo já não agüentava mais e fazia as necessidades pra fora da cela. Em nenhum instante ninguém alguém veio me ver. Apenas me sentei e definhei no escuro, a vela tinha durado apenas umas poucas horas.

Não sei quanto tempo depois dois homens vieram e me tiraram da jaula, estava fraco demais para resistir. Meus músculos tinham sido destruídos pela fome e minha sanidade pela solidão. Meu corpo foi praticamente arrastado até um corredor muito bem iluminado, a luz feria meus olhos e centenas de vozes do outro lado feriam meus ouvidos. De repente estava no meio de uma enorme capela. Todos os símbolos cristãos, no entanto haviam sido destruídos e novos e estranhos símbolos haviam sido colocados em seu lugar. Fui levado até o altar onde um homem com vestes que parodiavam a de um padre esperava. Fui arrastado sob os olhos atentos da multidão e me colocaram deitado numa cruz de madeira que parecia ter sido feita as pressas, arame grosso atou meus braços abertos, meu pescoço, meus pés e meu tronco. Deixaram-me perfeitamente imobilizado e então levantaram a cruz deixando que todos vissem minha figura magra imobilizada.

-Hoje é o dia, meus irmãos Irão hoje receber o sacramento de sangue.- O padre gritou exultante dando inicio a missa.

Então ele ergue uma serra do altar e sobre os gritos de júbilos de todos se aproxima, minha respiração dispara e meu coração parecia que iria estourar. Gritei e implorei, mas ele não se importava. Então veio a dor. Excruciante, inimaginável, lacerante. Não existem palavras para descrever. A serra cortava meu braço esquerdo, cortava a pele, músculos, tendões e osso. Não tente imaginar, não queira imaginar isso. Gritei e xinguei no começo, mas depois chorei e implorei. Perdido num turbilhão de dor vi meu braço ser arrancado com um puxão e então picado em partes menores diante de meus olhos. Cada um dos fiéis recebeu uma pequena parte dele numa paródia bizarra da hóstia.

Desmaiei antes de ver o final da missa e acordei um bom tempo depois numa cama de hospital com um curativo sobre o cotoco do meu braço esquerdo. O único outro paciente no quarto era um velho de aparência frágil recebendo soro. O lugar era incrivelmente limpo e asseado. Queria matar a todos, queria fugir e nunca mais voltar, queria meu braço de volta. Chorei.

Um médico entrou não sei quando, me dopou e enquanto estava inconsciente trocou meus curativos. Acordei assustado, em meus sonhos via meu braço sendo arrancado novamente. O velho estava sentado ao meu lado ainda com o soro.

-Você não sabe o que está acontecendo não é?

Não respondi nada, era claro que eu não tava entendo nada, droga!

-Você sabe, o Velho capitão já foi um homem bom, mas então teve aquela guerra toda e ele foi embora pro estrangeiro. Quando ele voltou veio falando de maravilhas de uma religião desconhecida, ele e todos os garotos tavam fascinados com essa coisa. No começo a gente tudo pensou que era só mais uma besteira de jovens e que iria passar, mas não passou, se sabe. Eles continuaram insistindo, até que um dia um dos padres, o velho Padre Miguel, ficou fulo da vida com eles e jogou no chão uma das relíquias deles. Os garotos juntos ficaram vermelhos de ódio e cabaram matando o padre a pontapés. O delegado depois disso não teve escolha, poram tudo eles na cadeia. Foi nessa noite que surgiram os emissários do deus deles. Criaturas bem feias, elas mataram muita gente e libertaram o Velho Capitão e seus amigos. Desde então eles tomaram conta da cidade. Detonaram a igrejinha e transformaram ela no templo deles. No templo de Ipscoset. Desde então as criaturas emergem das águas a cada punhado de anos e procria com algumas mulheres. As crianças no começo são que nem pessoa normal, mas depois elas mudam, ficam iguaizinhas aos bichos mesmo.

O velho disse tudo num só fôlego e então simplesmente se calou e mergulhou num sono profundo, como se tivesse desabafado algo que esperava a anos e então riu, gargalhou como se tudo não passasse de uma grande piada e enfiou uma faca em seu próprio coração. O jorro de sangue molhou minha cara.
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MensagemAssunto: Re: Conto de natal   Conto de natal I_icon_minitimeSeg Jun 08, 2009 9:40 am

Saudações

Shocked Shocked
Tah ficando tensa a situação Suspect
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MensagemAssunto: Re: Conto de natal   Conto de natal I_icon_minitimeTer Jun 09, 2009 9:25 am

que sinistro =D
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MensagemAssunto: Re: Conto de natal   Conto de natal I_icon_minitimeSáb Jun 13, 2009 8:16 pm

Citação :
E agora o final da história, obrigado a todos e espero que tenham apreciado o conto

Fiquei de pé sentindo o frio do piso percorrer todo meu corpo e corri, corri até meus pés doerem, corri para fora do hospital e pelas ruas evitando os transeuntes. Corria pelas sombras e me escondia com meu coração estourando de tensão. Não sabia onde estava indo, mas estava livre. Meu ferimento latejava de dor, clamando por analgésicos. Irritado, entrei na primeira casa que percebi, uma família estava tomando café da tarde. Num pulo agarrei uma faca, segurei contra a garganta do pai e gritei com os outros dizendo que queria um carro e logo. Eles nem se mexeram. Droga eu já tava começando a ficar louco! Que merda eu não consegui me conter, degolei o pai da família num movimento único. Os outros saíram correndo. Essa foi a primeira vez que eu matei, não tente me julgar, você não estava lá para saber como eu estava.

Antes que mais pessoas chegassem, comecei a correr de novo. A noite estava começando e o porto estava logo a minha frente, mas logo atrás de mim tochas eram acesas e toda cidade parecia estar me perseguindo. A frente de todos ia o padre gritando e incitando a multidão. Adrenalina percorrendo minhas veias, meu coração parecia prestes a explodir e o curativo no meu coto manchado de vermelho. Sem nem raciocinar eu entrei no maior dos galpões a beira mar esperando encontrar um maldito barco ou qualquer droga pra me tirar daquele pesadelo.

Vomitei no chão duro de cimento, um vomito fraco só de água e bile, mas junto ia minha sanidade. Por todo lado havia os mesmos símbolos bizarros da igreja, mas pior ainda na parede a minha direita estava um pequeno barco de pesca e uma saída para o mar. A minha esquerda no entanto estavam presas mulheres acorrentadas, mas em seus olhos não havia medo ou raiva apenas jubilo religioso, alegria de servir ao seu deus. E logo na parede oposta à porta por onde entrei estava Deus: Uma criatura tão grande quanto uma baleia, a pele recoberta de escamas azuladas que refulgia com a luz, sua boca era enorme capaz de engolir um carro de uma só mordida e cheia de dentes enormes, possuía diversos tentáculos nascendo de suas costas, seis patas rudimentares e quatro olhos enormes, mas vivos com uma inteligência sobrenatural. Ele olhava de mim. O abismo olhava para mim.

Gritei enquanto todo meu mundo se contorcia ao meu redor e então uma mão pesada pousou sobre meu ombro. Era o Padre.

-Se acalme meu filho, você está confuso, mas venha comigo aceite você também o sacramento de sangue e se torne servo de nosso senhor.

-O que é essa coisa?

-Essa é a forma das coisas que estão por vir. Algum dia todos seremos como ele. Você tem uma escolha jovem, escolha entre o barco e sua vida antiga ou então se curve ao nosso deus e seja um dos abençoados. Eu sei que passou por provações de dor, mas eu lhe garanto que nada será em vão.

-Ei padre vá pro inferno.

Num só movimento estava de pé e minha mão se fechou sobre a garganta dele, jogo ele no chão e numa explosão de violência bato sua cabeça contra o chão até o osso rachar e o cérebro começar a aparecer. Gritos da multidão lá fora, eles estão vindo me pegar. Entro no barco e dou partida no motor enquanto a multidão vem atrás de mim, dezenas simplesmente param para ver o padre morto e caem num choro agonizante. O barco começa a se afastar e as pessoas começam a se jogar na água atrás de mim, em apenas um pouco elas irão me alcançar. Reparo numa pequena caixa de madeira escondida perto do timão. Abro ela já imaginando o que encontrar e com um grande sorriso encontro uma arma de sinalizadores e quatro disparos. Miro cuidadosamente na abertura por onde sai, o grande deus-monstro ainda está a vista, pessoas já se agarrando ao barco e começando a subir. Aperto o gatilho, um ponto luminoso acerta em cheio a criatura. Ela urra e todos os fiéis começam a gritar e chorar.

-Feliz natal, aberração!

Mais um disparo e outro e outro e outro, atiro tudo que tenho na aberração e a cada golpe todos os fiéis choram e se flagelam sentindo a dor de seu deus. Eu rio e gargalho sozinho enquanto o barco some na névoa.

Fui encontrado alguns dias mais tarde sofrendo de desidratação e insolação além de meu ferimento estar infeccionado. Depois de passar algum tempo no hospital eu consegui reassumir minha vida. Ninguém acreditou na minha história é claro, mas eu sei que foi verdade. Eles estão lá fora, estão esperando. Eu matei o padre e feri o Deus, eles querem sua vingança e eles virão atrás de min. Eles não irão me levar sem luta de novo. Eu ouço passos, são eles, eu tenho certeza que são eles e agora me lanço ao combate e a morte.
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MensagemAssunto: Re: Conto de natal   Conto de natal I_icon_minitimeSáb Jun 13, 2009 8:58 pm

ótimo desfecho
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MensagemAssunto: Re: Conto de natal   Conto de natal I_icon_minitimeDom Jul 05, 2009 6:44 pm

obrigado, como eu disse, algo bem no estilo de Lovcraft
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MensagemAssunto: Re: Conto de natal   Conto de natal I_icon_minitime

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